O Mundo de Cá

Para minha mãe que me ensino a
ler histórias, para meu pai que conta
muitas e para minha irmã que ouve 
todas as que eu conto. 
- Juane Vaillant 

Olá pessoal, como vão?

Hoje a postagem será um pouco diferente. Primeiro por começar com essa linda dedicatória, sendo pela escritora em questão ser minha conhecida e agora companheira dessa jornada literária. 


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Estreia literária de Juane Vaillant, O mundo de cá é um livro de aventuras. Em 15 contos, a autora transforma o extraordinário em comum e nos faz começar a acreditar que o impossível pode ser possível. Imagine conversar mais de uma vez com Dom Casmurro. Ou descobrir que o passado é uma criança arteira. Ou acordar sem saber se ainda está sonhando. Poderia acontecer.
Carregados de oralidade, os textos remontam a atmosfera da contação de histórias, com ironias e exageros característicos de quem decide contar um feito excepcional. Por vezes, esse passeio entre o sonho e o real que Juane faz em seus contos pode soar meio macabro, desvendando realidades duras de encarar.

O Mundo de Cá é uma jornada pela literatura e por uma metalinguagem bem construída. Aqui você mergulha de cabeça em universos fantasiosos e em várias referências a clássicos da literatura como Machado de Assis e Tolken. É um livro contemporâneo e ao mesmo tempo clássico, repleto de reflexão e de contação de histórias. 

Os narradores te levam para universos estranhos e ao mesmo tempo bastante reais, que te fazem pensar e refletir por questões sociais, mentais e do coração. Em Divagações de um amigo de papel e A fantástica floresta encantada vemos a importância de mantermos nosso lado criativo e infantil livre dentro de nós e que ele é muito importante para a constituição do nosso ser. Já em Ana e o pequeno furo na cabeça e Catum, astronauta e peregrino; temos uma crítica social forte a partir de um olhar de uma criança e de um ser de outro planeta.  

Porém, meus contos preferidos são Catharina e a velha máquina de escrever; Ivan Yvanosklowyskh e Maria Dolores o sono divino. Em Catharina vemos novamente a metalinguagem, e a importância da escrita como sendo fundamental para a menina e seu ser. É através da literatura e dos grandes mestres que a menina que não fala, conversa sobre si mesma e o mundo. Ali a metáfora da maquina de escrever como sendo a ruína de todos da sua família e a vitória da sua se refere ao lado bom e ruim de ser escritor na nossa sociedade. 

Em Maria Dolores, vemos a questão da religião e da política serem dobradas por uma menina levada e ressuscitada, que não quer contar o que viu no reino dos mortos aos demais. Para mim um dos contos mais reflexivos e questionadores de todo o livro. 

E por último temos o conto do Ivan. Se você está na faculdade ou já cursou algum curso vai se identificar com ele. Em meios acadêmicos, você estudante não tem voz, você não representa nada e por isso sua opinião não importa frente a grande teóricos e estudiosos do assunto. Contudo, até mesmo eles já foram nada como você. Fica ai a reflexão de Ivan rsrs. 

PALESTRA SOBRE VIDA E OBRA DE IVAN KRYSTHOFER YVANOSKLOWISKH
O maior filósofo e pensador da pós-modernidade
O inventor da autocitação, crianção conjunta de pensamentos, valorização do pensamento ordinário e fundador do Templo do Vácuo 

Esse é um livro coberto de poesia e literatura, um livro curto mais repleto de fantasia e mundos para serem descobertos. Vale muito conferir essas grandes histórias.

Abraço,
Luisa Soresini 

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