Oi Oi Bruxas e Bruxos!
Feliz dia das bruxas para todos! E desculpa o atraso nas publicações, estou tentando a prova do mestrado e realmente está difícil para mim, sinto muito.
Como essa é uma data muito importante para mim (sim, gosto mais do Halloween do que do Natal), resolvi publicar um dos meus contos de terror para comemorar o dia de todos os santos. Espero que gostem!
Abraços,
Luisa Soresini
Portaria por Luisa Soresini
Não devia ter tomado tanto bebida... Pensei dentro daquele elevador. Minha cabeça girava e a ânsia de vomito subia pelas minhas entranhas. Engoli sentindo repulsa e encarei os números dos andares, suspirei e encarei de novo, queria ver se estava subindo ou descendo, mas tinha uma pessoa ali. Uma garota. Bonita. De cabelo rosa, mas não parecia ter sido pintado. Era original. Tão original quanto à presença dela.
- Quem é você? – perguntei e vi que estávamos descendo para o andar denominado “P”. Suspirei, devia ser a portaria, graças a Deus, fiquei contente, ia chegar em casa, ficar com a minha mulher, meus filhos, ia tomar um remédio para esse enjoo, mas a garota não me respondeu. Olhando-a melhor, ela era realmente bonita. Era pequena, tinha um corpo bonito, mas pouco busto. Contudo, isso não importa, era linda e estávamos sozinhos naquele elevador e faltavam muitos andares para chegarmos lá. Por que não?
- Qual é seu nome? – perguntei novamente. Eu podia estar bêbado, mas sempre fui um bom partido. Era rico. Ela ia se interessar.
Silêncio. Suspirei, pensando que talvez não tivesse me escutado. Ela não ia me ignorar assim. Olhei bem para ela. Era nova, estava de short e blusa simples, encarei meu terno, devia ter saído de um dos andares abaixo.
- Não foi para a festa? Estava muito boa... – sorri e ela continuou em silêncio – Não conhece as pessoas da cobertura? Elas fazem ótimas festas, venho aqui sempre. Se quiser posso conseguir um convite para você na próxima festa, - resolvi ser mais audacioso - ou quem sabe podemos subir e curtir mais agora, o que acha? Eles são meus amigos, vão deixa-la entrar! – sorri novamente e nenhuma resposta. Estava perdendo minha paciência. Minha cabeça doía. Meu estomago revirava. Encarava-a e ela era cada vez mais linda.
- Tem certeza que não foi convidada pelo pessoal da cobertura para a festa? – perguntei novamente.
Alguns segundos se passaram, os números corriam lentamente pelos andares, engoli a seco revoltado.
- Ter que ir até lá em cima te buscar me deu trabalho... Não gosto deles. Não sei como o deixaram passar. – falou seca e sem esboçar emoções. Ela continuava de costas para mim, não conseguia ver seu rosto, mas sua voz não esboçava nada.
- Me buscar? – será que ela me conhecia e quando me viu passando mal, trouxe-me para esse elevador? – Quer dizer que me conhece? Ou que teve piedade de mim? – sorri, tentado me aproximar dela.
- Sei tudo sobre você. Sempre estive te observando. Sempre tive interesse em você. Principalmente nessa festa. – disse e eu fiquei animado.
- É mesmo? E por que não investiu antes? – resolvi brincar com ela, nunca pensei que ela tivesse esse interesse em mim, devia ser alguma estagiária do meu trabalho, ou alguma amiga da minha filha mais velha – Não ia me importar!
- Porque não tinha chegado o momento. Agora chegou. – falou e eu encarei os números, estávamos quase chegando à portaria, era agora ou nunca. Toquei no seu braço e ouvi minha mulher gritando. Minha cabeça doeu.
- Você ouviu isso? – perguntei.
- Não sei como cometeram um erro desses... – ela disse sem demostrar nada pela voz – De qualquer forma, vai parar agora? Estou esperando você.
Ela realmente me queria. Ignorei suas primeiras palavras e o grito e a abracei pelas costas, ouvindo, em seguida, os gritos dos meus filhos. Eu apertei a garota forte, e quando dei por mim, estava apertando tanto o seu pescoço e era para ela já ter morrido.
- Desculpe... Não sei o que deu em mim! – disse apavorado e quando olhei minhas mãos, elas estavam cheias de sangue – O que é isso?
- Não vai continuar? Estou esperando você. – ela continuou dizendo isso.
- O que está havendo? – fiquei desesperado e olhei novamente as minhas mãos, o sangue não parava de escorrer.
- Estou esperando você. – e continuei escutando os gritos.
- PARE! – eu a puxei violentamente e bati com sua cabeça no elevador. Então o sangue da garota começou a escorrer pelas minhas mãos. O corpo dela caiu inerte e aquelas vozes continuaram a gritar. Fechei os olhos e implorei que elas parassem. E então gritei tão intensamente que o elevador estancou e então tudo ficou em silêncio. Abri lentamente os olhos e estava dentro do elevador sozinho.
Arfei, tentando conseguir ar.
Está tudo bem... Isso é só efeito da bebida... Não tem ninguém aqui. Pensei. Olhei os andares e percebi que ainda estava perto da cobertura. Apoiei-me na parede do elevador. Peguei o meu celular, olhei as horas, minha mulher ia me matar, acho que era por isso que ouvi seus gritos. Tinha que trabalhar cedo amanhã. Suspirei fundo e ouvi o elevador parando.
Até que fim chegou... Suspirei e esperei a porta abrir. Ouvi aquele barulho irritante, que mais parecia um sininho e quando pisquei estava dentro da minha casa. Caminhei lentamente achando que estava sonhando, ou tinha enlouquecido, eu estava no elevador há pouco! Na festa! Então algo segurou meu pé. Olhei para baixo e vi minha esposa coberta de sangue.
- Eu estava lhe esperando... – ela disse e sai correndo, olhei para trás e vi o elevador, corri para dentro dele só que aquela garota bloqueou minha passagem e me fuzilou com olhos sem alma e frívolos.
- Eles estão esperando você... Não os ama?
- NÃO! – olhei para trás e vi minha família tentando entrar no elevador. Todos basicamente mortos – O que está acontecendo?
- Eles precisam que você fique para que consigam subir... Estão esperando você.
- Ficar onde? Por que querem subir? Só tinha uma festa lá em cima! O que querem fazer lá? – eu os encarei e senti medo, muito medo daquele lugar, medo daquela garota – Por que tenho que ficar aqui?
- Não se lembra? – ela perguntou e eu senti calafrios.
- Foi um acidente... Foi um erro... Não era para ter acontecido! – tentei me justificar e os encarei. E não tinha ninguém lá, encarei a garota e as almas queimadas dos meus familiares estavam atrás dela, dentro do elevador, mirei-os implorando misericórdia e a porta foi fechando devagar.
- Nós não estamos mais esperando você. – minha esposa disse e eu me lembrei de tudo.
Olhei a garota e ela sorriu para mim.
- Não se preocupe... – ela me fuzilou e metade do seu rosto se desfigurou por completo, ficando cadavérico como a Morte – As festas daqui também são as melhores.
- Quem é você? – perguntei e vi que estávamos descendo para o andar denominado “P”. Suspirei, devia ser a portaria, graças a Deus, fiquei contente, ia chegar em casa, ficar com a minha mulher, meus filhos, ia tomar um remédio para esse enjoo, mas a garota não me respondeu. Olhando-a melhor, ela era realmente bonita. Era pequena, tinha um corpo bonito, mas pouco busto. Contudo, isso não importa, era linda e estávamos sozinhos naquele elevador e faltavam muitos andares para chegarmos lá. Por que não?
- Qual é seu nome? – perguntei novamente. Eu podia estar bêbado, mas sempre fui um bom partido. Era rico. Ela ia se interessar.
Silêncio. Suspirei, pensando que talvez não tivesse me escutado. Ela não ia me ignorar assim. Olhei bem para ela. Era nova, estava de short e blusa simples, encarei meu terno, devia ter saído de um dos andares abaixo.
- Não foi para a festa? Estava muito boa... – sorri e ela continuou em silêncio – Não conhece as pessoas da cobertura? Elas fazem ótimas festas, venho aqui sempre. Se quiser posso conseguir um convite para você na próxima festa, - resolvi ser mais audacioso - ou quem sabe podemos subir e curtir mais agora, o que acha? Eles são meus amigos, vão deixa-la entrar! – sorri novamente e nenhuma resposta. Estava perdendo minha paciência. Minha cabeça doía. Meu estomago revirava. Encarava-a e ela era cada vez mais linda.
- Tem certeza que não foi convidada pelo pessoal da cobertura para a festa? – perguntei novamente.
Alguns segundos se passaram, os números corriam lentamente pelos andares, engoli a seco revoltado.
- Ter que ir até lá em cima te buscar me deu trabalho... Não gosto deles. Não sei como o deixaram passar. – falou seca e sem esboçar emoções. Ela continuava de costas para mim, não conseguia ver seu rosto, mas sua voz não esboçava nada.
- Me buscar? – será que ela me conhecia e quando me viu passando mal, trouxe-me para esse elevador? – Quer dizer que me conhece? Ou que teve piedade de mim? – sorri, tentado me aproximar dela.
- Sei tudo sobre você. Sempre estive te observando. Sempre tive interesse em você. Principalmente nessa festa. – disse e eu fiquei animado.
- É mesmo? E por que não investiu antes? – resolvi brincar com ela, nunca pensei que ela tivesse esse interesse em mim, devia ser alguma estagiária do meu trabalho, ou alguma amiga da minha filha mais velha – Não ia me importar!
- Porque não tinha chegado o momento. Agora chegou. – falou e eu encarei os números, estávamos quase chegando à portaria, era agora ou nunca. Toquei no seu braço e ouvi minha mulher gritando. Minha cabeça doeu.
- Você ouviu isso? – perguntei.
- Não sei como cometeram um erro desses... – ela disse sem demostrar nada pela voz – De qualquer forma, vai parar agora? Estou esperando você.
Ela realmente me queria. Ignorei suas primeiras palavras e o grito e a abracei pelas costas, ouvindo, em seguida, os gritos dos meus filhos. Eu apertei a garota forte, e quando dei por mim, estava apertando tanto o seu pescoço e era para ela já ter morrido.
- Desculpe... Não sei o que deu em mim! – disse apavorado e quando olhei minhas mãos, elas estavam cheias de sangue – O que é isso?
- Não vai continuar? Estou esperando você. – ela continuou dizendo isso.
- O que está havendo? – fiquei desesperado e olhei novamente as minhas mãos, o sangue não parava de escorrer.
- Estou esperando você. – e continuei escutando os gritos.
- PARE! – eu a puxei violentamente e bati com sua cabeça no elevador. Então o sangue da garota começou a escorrer pelas minhas mãos. O corpo dela caiu inerte e aquelas vozes continuaram a gritar. Fechei os olhos e implorei que elas parassem. E então gritei tão intensamente que o elevador estancou e então tudo ficou em silêncio. Abri lentamente os olhos e estava dentro do elevador sozinho.
Arfei, tentando conseguir ar.
Está tudo bem... Isso é só efeito da bebida... Não tem ninguém aqui. Pensei. Olhei os andares e percebi que ainda estava perto da cobertura. Apoiei-me na parede do elevador. Peguei o meu celular, olhei as horas, minha mulher ia me matar, acho que era por isso que ouvi seus gritos. Tinha que trabalhar cedo amanhã. Suspirei fundo e ouvi o elevador parando.
Até que fim chegou... Suspirei e esperei a porta abrir. Ouvi aquele barulho irritante, que mais parecia um sininho e quando pisquei estava dentro da minha casa. Caminhei lentamente achando que estava sonhando, ou tinha enlouquecido, eu estava no elevador há pouco! Na festa! Então algo segurou meu pé. Olhei para baixo e vi minha esposa coberta de sangue.
- Eu estava lhe esperando... – ela disse e sai correndo, olhei para trás e vi o elevador, corri para dentro dele só que aquela garota bloqueou minha passagem e me fuzilou com olhos sem alma e frívolos.
- Eles estão esperando você... Não os ama?
- NÃO! – olhei para trás e vi minha família tentando entrar no elevador. Todos basicamente mortos – O que está acontecendo?
- Eles precisam que você fique para que consigam subir... Estão esperando você.
- Ficar onde? Por que querem subir? Só tinha uma festa lá em cima! O que querem fazer lá? – eu os encarei e senti medo, muito medo daquele lugar, medo daquela garota – Por que tenho que ficar aqui?
- Não se lembra? – ela perguntou e eu senti calafrios.
- Foi um acidente... Foi um erro... Não era para ter acontecido! – tentei me justificar e os encarei. E não tinha ninguém lá, encarei a garota e as almas queimadas dos meus familiares estavam atrás dela, dentro do elevador, mirei-os implorando misericórdia e a porta foi fechando devagar.
- Nós não estamos mais esperando você. – minha esposa disse e eu me lembrei de tudo.
Olhei a garota e ela sorriu para mim.
- Não se preocupe... – ela me fuzilou e metade do seu rosto se desfigurou por completo, ficando cadavérico como a Morte – As festas daqui também são as melhores.
A porta fechou com aquele barulho irritante.
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